segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Comer, rezar e amar: filme que faz dormir e acordar!

Os primeiros trinta minutos de filme foram angustiantes para mim: um namorado tremia as pernas, impaciente, enquanto a namorada inclinava o seu rosto em direção à tela do cinema e, eu, atenta ao filme e ao meu entorno, tinha dificuldade de me concentrar nos dramas e descobertas de Liz, autora do livro Comer, Rezar e Amar, agora interpretada por Julia Roberts.

Depois dos trinta minutos iniciais, o namorado baixou a cabeça e dormiu até o final. Olhei para o meu lado direito e observei o MEU namorado assistir ao filme como quem entende, ou quer entender aquela mulher que quer tudo ao mesmo tempo: paz, prazer e amor. Ufa! Pensei aliviada. Acho que não suportaria um homem que dorme enquanto uma mulher chora, mesmo que seja na ficção.

A verdade é que o filme não tem um roteiro fantástico, nem grandes interpretações, mas saí da sala de cinema querendo viajar e passar meses numa mesma cidade, conhecendo as pessoas, provando as comidas, descobrindo os esconderijos onde os turistas não transitam...

Lembrei dos roteiros de viagem que não deixam espaço para o turista respirar: conheça 20 cidades em 10 dias. Será possível conhecer alguma? Essa pressa, esse excesso nos deixa cegos, incapazes de perceber as inúmeras cidades que existem em cada uma. Talvez conhecer de passagem seja uma forma de não ser modificado pelo local, de não se comprometer com ele, de não fazer vínculos, nem deixar rastros. 

O caminho, que levava Liz a descobrir os detalhes de cada uma das três cidades onde morou durante um ano, é a própria jornada em busca de si e do seu equilíbrio. Cada sabor, cor, desejo ou paisagem aproximava Liz de uma vida equilibrada, até ser surpreendida por uma paixão, e ver sua balança ficar totalmente descompensada. Antes de fugir do que não podia dominar, um xamã sem dentes falou para Liz talvez a maior descoberta de sua viagem: “Liz, Liz, perder o equilíbrio por amor faz parte de uma vida equilibrada”, revelou.

2 comentários:

Alê Oliveira disse...

Fazendo uma crítica ao meu próprio texto: é preciso falar que o Javier Bardem não passa por brasileiro de formal alguma!

Rones Maciel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.