quarta-feira, 28 de julho de 2010

O imaginário filme de Doutor Parnassus

“Não se pode impedir que as histórias sejam contadas”, diz o personagem Parnassus ao descobrir não ser um narrador solitário porque alguém, em algum canto e neste momento, está contando uma história que move o mundo, uma narrativa fabulosa, quem sabe, assim como em O Mundo Imaginário de Doutor Parnassus, filme eternamente inacabado para Heath Ledger e concluído por Johnny Depp, Collin Farrell e Jude Law que encontraram na interpretação do personagem Tony uma forma de dizer adeus ao amigo que partiu antes do fim.

Um filme com textura e cheiro, podemos sentir, entrar, fazer parte de um mundo imaginário que povoa a mente do diretor Terry Gilliam, que, assim como em Os 12 Macacos, nos deixa a impressão de que não fomos capazes de entender tudo, a não ser que se assuma uma co-autoria e resolva, por si só, descosturar alguns pontos da narrativa que, de tão entrelaçada, nos perdemos em seus fios.

Até percebermos que as histórias narradas no filme estão ligadas pela possibilidade de escolha de cada personagem. Mas qual caminho? Como saber onde iremos/queremos chegar? Ao atravessar o espelho mágico de doutor Parnassus entramos num mundo de sonhos, onde sapatos gigantes são pequenos barcos e escadas nos levam às nuvens, acompanhados por uma serpente, Tony (Heath Ledger), que nos convida a comer a maçã, a saborear o seu doce e cair com o seu veneno.

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